sábado, 23 de julho de 2016


Terrorismo de quem?

Não nasceu pensando em matar.
Matar se tornou saída do anonimato.
Nada mais que um jovem.
Com qual futuro pela frente?

O futuro era o presente.
Há anos consumindo a alma de seus ancestrais.
Podia ser qualquer coisa, mesmo em míseras oportunidades.
Foi que? Quem conseguiu ser?

Ser alguém para se lembrar, ser realmente gente.
Um status, um paraíso onde chegar.
Não só no Oriente Médio.
Em todo ocidente há a neurose de gente querendo ser gente.

Num mundo organizado para gerar seres desorganizados.
Consumidores alucinadamente desejantes.
Privam a uns, exploram a outros.
Escravizam bilhões e nos fazem de tolos.

Em pleno deserto ou no deserto da cidade.
No deserto do capitalismo selvagem.
Onde mulheres custam um dote.
Onde um dote não cabe no bolso, sem nem bolso...

Desemprego e desespero.
Na mesma prisão invisível que estamos.
E diuturnamente reclamamos.

Vivendo apertados sem um ideal na estrutura piramidal.
Sente o gosto da vida cerceada, mas, não vê a grade fechada.
Apertado em alojamento chamado de casa, gaiola fechada.
Com barras invisíveis prendem a alma que paira triste.

Lutar contra o sistema tendo o presente ausente.
Olhar para frente e ver este tipo de gente.
Em pleno mal estar da civilização.
Civilizada, domesticada, amansada, pacatada., controlada.

 Dopada...
Embriagada...

Terrorismo produzido, permitido.
Alavancado pela pobreza e exclusão de um mundo sem visão.
Proclamam o fim da história e a nefasta trajetória.
Da má distribuição tendo encontrado a vitória em suas mãos.

Controle é peça chave, nos investigam nos invadem.
Lutar contra com terror é alimentar o opressor.
Que com desculpa de proteção tira os direitos de nossas mãos.
E pelas lutas legítimas seremos monitorados.

Alimentados como gado, engordados e vigiados.
Mais uma vez voltam o golpe contra nós.
Armam-se contra o terror, legislam contra o terror.
E nós vivemos o terror, permitido pelo dito protetor.

Caso agora mundo a fora nossos direitos formos protestar.
Estarão eles em seu lugar de vigiar e punir mantendo a ordem da desordem.
Quão satisfatório é o terror para o mercado armamentista.
Paro o lobby que encontra na mídia oportunista fundamento a sua investida.

Plantam o medo e colhem dinheiro.
Investem errado para dar certo.
Armam a polícia contra o protesto.
E o militar não pode protestar.

Era só uma pessoa, que queria ser alguém.
Que pelo terror se tornou alguém.
Mesmo já sendo alguém.
Porém, alguém que não tem, ou seja, ninguém.

André Luiz Joaquim de Oliveira,

Juiz de Fora, 24 de Julho de 2016 02:00

Nenhum comentário:

Postar um comentário